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Há uma junção de fatores para ocorrer esse leite pastoso na tampa de óleo, e é por isso que existem carros que abastecem no mesmo posto e em um acontece o problema e em outro não. Também existem carros nas mesmas condições de uso, mas em regiões diferentes do pais que também é relevante. Esse leite pastoso se forma na mistura de agua + óleo também pode ser chamado de chocolate, leite condensado, borra amarela... O mais importante nessa avaliação é que se não baixa agua do reservatório não é junta do cabeçote. Então vamos abordar somente os casos que não é junta! A origem dessa agua é a condensação mais a queima do combustível que sempre contém alguma quantidade de agua, tanto o álcool quanto a gasolina. Lembrando que álcool contem mais agua, mas a grande origem dessa agua é mesmo a condensação. O que acontece quando a gente enche um copo de cerveja gelada no calor? A agua do ar se condensa em volta do copo formando agua que vem do ar onde chega a escorrer! No motor é ao contrário, ele está quente por dentro e o ar frio está fora então a condensação acontece dentro, quanto mais frio e úmido o ar da região mais agua condensa dentro do motor. Principalmente durante as noites frias. Em um bom carro quando o óleo aquece, essa agua vira vapor que é rapidamente sugado pelo coletor de admissão e queima junto com a mistura ar+combustivel. Os anéis de um pistão sempre deixam um pouco da compressão escapar por baixo, esses gases super poluentes são chamados de Blow-by. Em todo motor atual (mais de 20 anos) existe um sistema que suga esses gases junto com a umidade quando aquecida e é chamado de PCV (Ventilação Positiva do Cárter). Esse sistema pode ter formatos e eficiências diferentes para cada modelo de motor. Um dos melhores que já vi é o do Corolla onde ele puxa os gases pela tampa de válvulas, ou seja, puxa pela parte mais alta do motor que é onde se acumula a umidade. Ele possui uma válvula PCV bem sensível que ao menor sinal de vácuo do motor ela se abre e permite a passagem dos gases. Eu tive um Corolla 2007 em que fazia 4 trechos de 3 km por dia e mesmo no inverno nunca formou esse chocolate, mas isso tem um pequeno preço, ele baixava cerca de 500ml a 1 litro de óleo a cada troca de 6 meses desde novo. Isso porque o excesso de ventilação do cárter leva bastante óleo no ar. O Argo, Fiesta, Onix nas mesmas condições gera a borra amarela. Alguns carros vão ter um sistema menos eficiente para a retirada da umidade, aí junta um sistema desses a um clima mais frio (mesmo que somente noturno) com trechos curtos e vai acontecer a borra chocolate! Uma pessoa que roda 12 km por dia, pode significar 4 trechos de 3km. A pessoa vai pra o trabalho mas almoça em casa por isso 4 trechos. Para uma outra pessoa 12 km por dia pode significar dois trechos de 6 km por dia e isso muda tudo! Por isso é melhor reportar os trechos não a distância diária... Então 3 km pode não ser o suficiente para retirar a condensação, e o motor esfria bastante entre os trechos. Logo o motor nunca alcança a temperatura ideal para retirada completa da umidade. Frequentemente as concessionários e montadoras falam que é normal e que a gente deveria andar mais com o carro! Esse é o maior absurdo que se pode ouvir nos dias atuais e com o combustível ao preço que está, a gente compra carro econômico e eficiente é para usar pouco e proteger o meio-ambiente! As montadoras deveriam olhar para esse problema com mais atenção e modificar o sistema PCV nesses carros antes que encha tanto de chocolate que quebre o motor, sim chocolate é um problema sério você não tem como saber a quantidade sem abrir o motor! Espero ter ajudado, obrigado por ter lido! Ass. Maickel Bourscheid