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Resolvi escrever após mais de um ano e 20.000 km com meu Chevrolet Onix LT 1.4, pois mesmo após um bom tempo do lançamento o carro continua polêmico e ainda vende bem, mesmo sofrendo aumentos significativos.

 

Tenho 28 anos, casado e tive apenas carros 1.0 antes deste (Corsa 97, Ka 2009 e Corsa hatch 2008). Nunca consegui escrever um texto curto, sendo assim, separei em tópicos para que quem não tiver tempo possa ler algum ponto de seu interesse.

 

A compra

 

Adquiri o Onix no final de novembro de 2012, na época do seu lançamento. Não estava disposto a adquirir um carro zero convicto que financeiramente não compensa, entretanto os carros usados que me interessavam (Astra, Vectra GT, Polo, Punto) tinham valor alto e ainda pesavam contra não possuírem Airbag e ABS; isso me preocupava pois no ano seguinte já seriam itens obrigatórios, e como ando muito, pelo menos 1.200 km por mês, é razoável ter um carro econômico no consumo e na manutenção. Como tinha um Corsa, não tinha vontade em trocar por carros da mesma categoria como Palio, Gol, Fiesta etc. (embora o Onix também seja, é certo que teve mudanças significativas em vários aspectos).

 

Tinha dúvida apenas entre ele e o HB20. O New Fiesta ainda era importado, o valor com ABS e Airbag beiravam os R$ 50.000, e também achei a cabine um pouco apertada, já o HB20 descartei pois teria muitas dificuldades em adquirir, já que passei duas vezes em uma concessionária e tive que esperar mais de meia hora para ser atendido por um vendedor, a fila de espera era imensa e pagavam um valor muito baixo no usado. Mesmo desconsiderando esses detalhes, ainda ficaria com o Onix.

 

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Visitei uma concessionária, fiz o test drive e quando estava tudo certo o vendedor me informou que não poderia fazer um financiamento no meu banco, e a parcela na concessionária ficava R$ 200 mais caro. Claro que não aceitei e procurei outra concessionária, já munido de todas informações e valores, procurei fazer financiamento e documentação por fora, já que estava comprando um carro acima do valor que tinha destinado para esse fim.

 

A compra foi tranquila, eu queria o Onix LT 1.4 c/ Mylink que poderia levar até um mês para chegar, mas, assim que saí da concessionária o vendedor me informou que havia sido faturado um veículo com ar condicionado. Acabei ouvindo conselhos de pessoas próximas e fazendo um esforço para adquirir com o opcional, que saiu no prazo de 7 dias no valor de R$ 38.490, o que pra mim já é muito caro para um carro popular na versão intermediária. O preço dele nos dias de hoje, acima dos R$ 43.000 me assusta muito. Onde vai parar o preço (dos carros em geral) no nosso país?

 

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Primeiras impressões

 

Achei o design do carro atraente, não é harmonioso e esteticamente perfeito como o HB20, mas na minha opinião tem mais personalidade. A aparência interna foi o que mais me atraiu, queria um carro que por dentro tivesse um visual moderno já que pretendo ficar com ele por muitos anos. O desenho inspirado numa asa de avião realmente torna o painel diferente dos outros carros, a saída de ar com desenhos retangulares e os ângulos meio quebrados tem um desenho mais atual e agradável que as tradicionais bolinhas.

 

O volante é bonito, tem um visual esportivo e combina com o painel digital. Este por sua vez também é muito interessante, a leitura digital é muito mais simples que os ponteiros. Peca pela falta da indicação de temperatura do motor. Os botões de regulagem do ar tem aspecto moderno e a iluminação azul colabora com isso, também gosto do desenho de toda a parte do console e da manopla do cambio. O porta luvas fica na parte de cima do painel e a tampa abre para cima, facilitando o acesso e evitando que atinja as pernas do passageiro.

 

A questão da ergonomia nos puxadores das portas, nos botões do vidro e do farol, que tanto se falou no seu lançamento já perdeu espaço nas discussões, acredito que justamente por ser algo que acostuma e rapidamente deixa de ser um problema.

 

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Os bancos são confortáveis e a posição de dirigir é um dos pontos fortes do Onix, é elevada e a visão é muito boa. Infelizmente, a GM não poupou economias nos materiais empregados, há plásticos para todos lados, visualmente não são tão ruins, porém riscam muito fácil e não são agradáveis ao toque. Aparecem alguns grilos nas portas, nada tão gritante quanto os bancos. Estou tentando trocar ao menos o banco do passageiro, pois quando está ocupado faz um rangido que incomoda. O isolamento acústico do teto é ruim, qualquer chuvinha faz um barulho forte na cabine.

 

O espaço interno para o motorista é muito bom. Com meus 1,82 não fico batendo as pernas nas portas ou no painel. O carro é alto, mas a posição de dirigir também, logo, minha cabeça fica muito perto do teto, para ajudar tem o ajuste de altura no banco do motorista, mas fica desconfortável se deixarmos muito baixo. O espaço traseiro é bom para duas pessoas, três pessoas também não se apertam muito, mas o espaço para as pernas não é muito grande, o motorista não poderá deixar o banco muito afastado nesse caso. O porta-malas é o que se espera de um hatch compacto, cabem uma mala grande, uma pequena e algumas sacolas, suficiente para um casal. Uma família com filhos terá problemas com a bagagem.

 

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Conforto e desempenho

 

O acerto da suspensão na minha opinião é louvável. Nunca gostei de carros voltados para o conforto pois acabavam por prejudicar a estabilidade, mas neste caso é bastante confortável na cidade, absorve bem as imperfeições e o carro ainda é espertinho, claro que não dá para se empolgar na tocada esportiva, mas não chega a assustar quando se exige um pouco mais em uma curva.

 

O isolamento acústico também contribui muito para um rodar confortável, pouco se ouve o barulho do motor ou ruído externo, o que acaba também afetando a percepção do desempenho, explico:

 

Assim que saí da concessionária fiquei um tanto desapontado com o desempenho. Não era ruim, mas esperava mais. Até que entrei numa avenida e resolvi acelerar um pouco para testar o motor atualizado da novidade da Chevrolet. Quando estava na quarta marcha, pensei “realmente o carro não anda muito”, mas ao verificar o velocímetro marcando 98 km/h percebi que nem tinha me dado conta estar tão acima do limite permitido na via.

 

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Comparando com o Versa do meu pai, percebi que o desempenho é parecido, mas como o som do motor do Nissan se ouve mais dá impressão que ele tem mais arrancada, mas ao olhar no velocímetro vejo que ao sair da segunda marcha o Onix já tá alcançando os 50 km/h sem esticar muito e em pouco tempo, assim como o sedan japonês. De fato, o propulsor deixa a desejar em baixas rotações, mas percebo que não é exclusividade do Onix, por outro lado, acima dos 3000 giros o motor tem ótimas respostas e a direção fica bem divertida.

 

O ar condicionado gela bem e o desempenho só é significativamente prejudicado quando selecionamos o nível 3, mas isso só é necessário em dias de calor excessivo, normalmente no 2 já refrigera bem a cabine e não sente muita perca de potência (Observação do NA: pode parecer que faz diferença, mas a quantidade de potência que é roubada do motor é a mesma em qualquer velocidade, isso em qualquer carro).

 

Nas viagens que fiz curti bastante o tempo que passei a bordo do hatch. É bastante confortável e estável e o desempenho me agrada. Aos motoristas que tem problema em reduzir a marcha na subida, não agradará tanto. Porém, na quarta marcha não é difícil retomar e chegar aos 110 km/h num aclive, o motor não grita e não chega a atingir 5.500 rpm para alcançar essa velocidade. Nas ultrapassagens, o veículo dá conta sem sustos.

 

Sem dúvida há uma boa diferença dos carros 1.0 na estrada, mas na minha opinião é na cidade que o motor com uns cavalos a mais (106 no etanol) é ainda mais bem vindo, principalmente porque existem muitos morros na cidade onde resido e para encarar as subidas com um 1.0 você vai na segunda em no máximo 35km/h ou esgoela o motor e tenta engatar uma terceira, muitas vezes não consegue. Com o 1.4 ele ganha velocidade mesmo na segunda marcha sem reclamar, facilmente você alcança uns 55 km/h e tem a opção de engatar a terceira.

 

A direção com o veículo parado não é muito leve, uma direção elétrica cairia bem, assim como os retrovisores, que nesta versão tem ajuste manual. Na estrada a direção é firme e agradável. Os freios também são eficientes, já tive situação em que o ABS evitou uma colisão traseira ao frear bruscamente no paralelepípedo molhado.

 

Consumo

 

Nem ruim, nem notável. Utilizo o veículo para ir ao trabalho e quase sempre nos horários de pico onde encontro o transito caótico na região do Grande ABC. Nestas condições, ele faz uma média de 7,5 km/l no etanol e 10,5 km/l na gasolina. Na estrada é mais animador, fazendo em média 16 km/l com gasolina. Não cheguei a fazer um circuito rodoviário completamente no etanol, apenas misto e resultou em 10 km/litro. A vantagem é que mesmo que saia pouco das condições urbanas, a média de consumo melhora consideravelmente.

 

Interatividade

 

Por ser um carro popular, o Onix tem alguns mimos que pelo menos para mim foram novidades. O Mylink é interessante, o Bluetooth, rádio, USB e as conexões são intuitivas. Quem carrega um pen drive com muitas músicas pode selecionar as pastas rapidamente.

 

O GPS só pode ser utilizado via bluetooth com o aplicativo do smartphone e isso resulta em poucas vantagens, como estar sempre atualizado, ter um bom sistema com interface agradável e simples de operar, mas as desvantagens são muitas: trava as vezes, pode te deixar na mão quando você precisa atualizar ou adquirir nova licença e não possui internet ou não está em lugar com Wi-fi, ou mesmo, pode ocorrer de você não ter um smartphone. Quem não tem um smartphone? Eu. As vezes que utilizei o BringGO tive que pegar emprestado com minha esposa. O Mylink faz o mínimo que se espera de uma central multimídia, mas pelo que custou (R$ 1.300 já com os alto falantes – na época) foi um opcional que compensou.

 

Acho interessante os faróis acenderem quando você desativa o alarme, é útil quando o carro está estacionado em um lugar escuro. Também ajuda a opção de deixar os faróis acesos por uns minutos ao travar o carro. Detalhes como acionar o limpador traseiro quando aciona a ré também é útil, e todas essas configurações podem ser alteradas no dispositivo.

 

Os vidros elétricos (apenas dianteiros) contam com one touch e módulo para subida, e ao segurar apertado o botão de destravar na chave canivete, os vidros descem diminuindo o ar quente dentro do carro em dias ensolarados (muita gente que tem o carro não sabe disso).

 

Defeitos apresentados

 

Acompanhei a Avaliação 365 aqui do site e apresentou alguns defeitos em comum com a unidade 1.0. Menos defeitos, porém teve um que resultou em exatamente 11 idas à concessionária até ser resolvido. Menos mal que a unidade que adquiri não foi convocada para nenhum dos recalls envolvendo o Onix.

 

• Barulhos nas lanternas e para-choques traseiros (resolvido na primeira visita à concessionária)

• Buzina parou de funcionar (trocada na garantia)

• Escorrimento de fluído nas maçanetas

• Pastilhas de freio precisaram ser substituídas com 15.0000 km de uso, não é um defeito, mas em comparação à outros carros que tive foi uma troca extremamente precoce.

• Nos primeiros meses tinha grande dificuldade ao dar partida em dias frios quando abastecido com etanol. O tanque de gasolina de partida estava sempre cheio, assim eu deduzi que não estava injetando devidamente o combustível. Questionei na oficina e o técnico me informou que o carro tem um sensor que injeta gasolina apenas em temperaturas inferiores a 17º C, mas mesmo quando o frio atingia temperaturas bem mais baixas não percebia injetar gasolina. Em outra visita fui instruído a girar a chave e só depois de alguns segundos dar a partida. Adotei esse hábito mas o problema ainda persistiu, porém depois de alguns meses, mesmo sem alteração alguma o inconveniente sumiu, o motor já funciona rapidamente na primeira tentativa de ignição.

• O infame rangido no coxim do motor. O carro apresentava muitos rangidos em qualquer arrancada, curva ou lombada. Teve técnico que disse que o barulho era normal, então pedi para o chefe da oficina avaliar e ele concordou que se tratava de um defeito, porém, achava que poderia ser nos tensores ou nas buchas, avaliação igual à da maioria das pessoas que arriscavam um palpite. Passou por dois técnicos, algumas vezes davam uma lubrificada e o rangido voltava 15 dias depois ou então saía da css do mesmo jeito que entrou, até finalmente descobrirem que o problema era o coxim. Foi substituída a peça e resolvido o problema, porém, voltou a aparecer em aproximadamente 4 meses. Logo foi trocado novamente juntamente com o coxim do cambio e até o momento está ok.

 

Considerações finais

 

Após esse período com o carro reforcei minha opinião em relação à compra de veículos. Por ser apaixonado por carros a compra sempre pendia para o lado da emoção, embora nunca tenha deixado de lado a razão. Entretanto, apenas para o consumidor, que é quem investe muitas horas de trabalho para adquirir esse bem, a compra tem um valor sentimental, para a concessionária e montadora é apenas mais um negócio, mais um dos milhares de carros que são vendidos todos os meses, nada mais.

 

Não importa a sua expectativa, o quanto você suou para adquirir o carro. Não que esperamos automóveis perfeitos, mas pelo menos que a vendedora tenha uma atenção maior nos detalhes, no atendimento, no serviço e especialmente nos materiais utilizados. Visitar a concessionária dezenas de vezes para resolver um único defeito, perder horas e horas de serviço e levar uma boa dose de transtorno de brinde definitivamente não é o que se espera ao adquirir um produto novo de um valor considerável.

 

Sempre fui muito bem atendido na concessionária e na central de atendimento da Chevrolet, mas não é o bastante. Acredito que o mínimo a fazer seria reduzir o transtorno com traslado ou veículo reserva. Não me arrependo de comprar o compacto da Chevrolet, só o trocaria por um carro de categoria superior e essa não é minha prioridade nem será por um bom tempo. O veículo me atende, é confortável e prazeroso de dirigir, se não fossem os barulhos internos estaria plenamente satisfeito.

 

Troquei de carro pois o que tinha era 1.0 e sem direção hidráulica, mesmo assim fiquei com ele por 4 anos e após trocar por um zero km decidi que não compro mais um automóvel por ter um lançamento ou algum mais atraente no mercado, e sim quando o custo da manutenção do veículo que possuo o tornar inviável financeiramente. Ainda sou muito fissurado pelo mundo automotivo, leio, procuro conhecer e me manter atualizado, mas não farei loucuras para ter um brinquedo novo na garagem.

 

Por Diogo Amorim

Fonte: Notícias Automotivas

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O meu esta com 1 ano e 3 meses. Comprei logo ele saui e no momento esta com 12000 km. Não tenho muito a acrescentar na avaliação. Somente os defeitos postadas o meu nunca tive. Alias, até hje ele consta com nenhum defeito. Nem barulhos estranhas ou tal.

  • 4 meses depois...
  • 4 meses depois...
  • 3 semanas depois...
Postado

Tenho um 14/15 show de bola, nenhum rangido ou barulho, acredito que a gm observe os defeitos e vai corrigindo eles ao decorrer do tempo,lembro quando lançaram ele o barulho que foi, tenho conhecidos que trabalham na montadora gm que disseram na época que parecia aquele filme "Fábrica de Loucuras" de tão rápido que tinham que montar os carros kk

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